
Francisco se
recuperava em casa, na Casa Santa Marta, desde 23 de março após 38 dias de
internação; o Papa que “veio do fim do mundo” liderou a Igreja Católica por 12
anos
Morreu nesta
segunda-feira, 21, o Papa Francisco. O anúncio foi dado diretamente da Capela
da Casa Santa Marta, no Vaticano, por Sua Eminência, o Cardeal Farrell.
Esta foi a
mensagem divulgada pelo cardeal: “Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma,
Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do
Senhor e de Sua Igreja.Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho
com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais
pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como
verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao
infinito amor misericordioso do Deus Trino.”
O Pontífice
esteve internado de 14 de fevereiro a 23 de março para o tratamento de uma
bronquite e infecção polimicrobiana. Desde a alta, estava em recuperação em sua
residência, a Casa Santa Marta, com retomada gradual de suas
atividades.
Eleito em 13
de março de 2013, Jorge Mario Bergoglio foi o 266º Papa da Igreja católica, o
primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta. Escolheu “Francisco” como nome
de pontificado, em uma alusão a São Francisco de Assis e sua atenção aos mais
pobres e marginalizados, o que também foi uma marca de seu pontificado.
Argentino,
Francisco era filho de imigrantes italianos, nascido em 17 de dezembro de 1936.
Foi ordenado padre em 13 de dezembro de 1969 e bispo em 27 de junho de 1992.
São João Paulo II o criou como cardeal em 21 de fevereiro de 2001. Foi
arcebispo de Buenos Aires de 1997 até sua eleição como Papa.
Foram 12 anos de pontificado dedicados a temas importantes. A força da misericórdia divina, a cultura do encontro, o apoio aos mais necessitados estão entre os principais. O cuidado da casa comum apareceu com força em 2015, com a publicação da encíclica Laudatro si considerado a encíclica verde do pontificado.
O documento foi “atualizado” em
2023, quando foi publicada uma continuação, exortação apostólica Laudate Deum, sobre a crise climática. Um pouco antes, em fevereiro de
2020 , a tônica já tinha sido reforçada com a exortação apostólica pós sinodal
“Querida Amazônia”, que traçou novos caminhos de evangelização e cuidados do
meio ambiente e dos pobres.
Outro feito de seu pontificado foi o processo de reforma da Cúria, que
começou com Papas anteriores e foi concluído com a publicação em março de 2022
da constituição apostólica Praedicate Evangelium.enbsp;O texto é o resultado de um longo trabalho
colegial, que se inspirou nas reuniões pré-conclave de 2013, envolveu o
Conselho dos Cardeais e continuou sob a orientação do Papa com várias
contribuições de Igrejas de todo o mundo.
Legado do
magistério
Além do
exemplo de simplicidade, diálogo e proximidade que se revelaram em seus gestos,
Francisco deixa à Igreja como legado de seu magistério uma série de documentos
e discursos. São quatro encíclicas, sete exortações apostólicas, 75 cartas em
forma de Motu próprio (próprio punho), 39 constituições apostólicas e 91
cartas apostólicas.
Com relação às chamadas catequeses suas tradicionais reflexões durante
as audiências gerais de quarta-feira, foram inúmeras e abordadas em diversos
ciclos. O mais recente deles era em harmonia com o Ano Jubilar: “Jesus Cristo,
nossa esperança”.
Além das audiências dedicadas a temas específicos como Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, Francisco desenvolveu ciclos de reflexões sobre: o Credo, os Sacramentos, os Dons do Espírito Santo, a Igreja, a Família, a Misericórdia, a Esperança Cristã, a Santa Missa, o Batismo, a Confirmação, os Mandamentos, a oração do Pai Nosso, os Atos dos Apóstolos, “Curar o mundo” (pandemia), a oração, São José, a velhice, o discernimento, a paixão pela evangelização, o Espírito Santo e a Esposa, Vícios e Virtudes.
FONTE: CANÇÃO NOVA